segunda-feira, janeiro 01, 2007

Festa na Casa de João Paulo Procópio

A morte surge em uma conversa e à mesa. Isso só depois de Sofia e Fernanda terem se retirado para dançar. Duas meninas gentis e promissoras. 2007 será bom depois daqueles abraços quentes, não é mesmo Vagulinha? Um gole de vinho aqui, outro ali e mais outro acolá. Luz de vela serve de isqueiro e no final lambe o papel. Sinal de que devemos ir para a pista de dança também. Eu e Vagulinha. Sábia decisão, pois bastou botarmos o pé fora da grama que a chuva apertou feio no terreno descoberto.

A morte é como Adélia diz: morre-se. E não se resolve dentro da gente. Mas e a vida? E a vida o que é diga lá, meu irmão? – as pessoas cantam quando a eletricidade dá o cano e o DJ fica de calça arriada. Festa também se faz no escuro. Com as palmas das mãos improvisamos um batuque singelo para entoar as canções que alegram a nossa alma. A gente toda do lugar não está menos embalada, nem menos flutuante. Assumimos as nossas reverberações. Chamamos na chincha, sem bronca. Cada samba é um peixe graúdo e a pista é o barco da memória.

Fernanda beija o anfitrião. Depois se instala em um canto e segue beijando a noite inteirinha uma, duas, três, incontáveis bocas. É sem fila a oferta da doçura. É um verso a mais na canção de Gonzaguinha.
Eu e Vagulinha trocamos palavras e carícias e canduras. Eu digo que quero agrasalhá-la e ela ri do mistério do termo atrapalhado. Gralha que é parente do corvo que é poesia de Poe. Gralha que sou eu, pessoa tagarela. Tagarelice esquenta? A luz volta e Tim Maia vem para nos dizer que eles agora estão numa relax, numa tranqüila, numa boa. Nós também estamos.

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5 Comentários:

Às 3:23 PM , Anonymous Anônimo disse...

É engraçado isso... um acha o outro num blog qualquer. Depois o outro vai ver o que acontece no blog do um... rss... coisas de internet. Estou retribuindo a visita, coisa que normalmente não faria hj pq ainda estaria em ritmo de festa se não fosse o p.u.t.a resfriado que peguei ontem e que me prende em casa. Onde já se viu chover pra caramba e fazer frio na virada do ano? Sacanagem pura, ainda mais qdo a gente está de roupinha leve, branca, toda crente que abafa na praia gelada. E volta pra casa, molhada até os ossos, tremendo de frio. (Putz, acho que vou transformar isto num post!) Bom, essa besteira toda é só pra te desejar um feliz 2007 e dizer que as promessas que fiz são pura zoação! Não pretendo fazer aquelas chatices nem nos próximos 150 anos!
Vc bem que poderia ter deixado um comment no meu último post. Tá tão pobrinho!!! Voltarei mais vezes, Guto Melo! Beijos

 
Às 1:43 PM , Blogger marcio castro disse...

Sobrte seu post; as vezes as ações de um dia oi noite bebedeira se ja o que for ficam tão mais bonitas escritas não? nos deixam viajar.

sobre seu comentário: Por acaso tu vem lá do estrada afora?

sei lá, não é todo dia que se encontra sofias em textos de pessoas que visitam meu blog.

aliás, venha quando quiser, que farei visitas constantes por aqui também.

grande abraço.

 
Às 6:49 PM , Blogger Jane Malaquias disse...

E tinha também uma árvore linda no fundo do quintal que se iluminava no clarão dos raios e a gente juntando nossas testas para se ver com olhos de cíclope.

 
Às 5:18 AM , Anonymous Anônimo disse...

Rapaz, há quatro anos passei o reveilão por aí. Na Esplanada, foi bem alto astral.

Boas lembranças...

Bom, já é dia 3, mas e daí, feliz ano novo aê.

Abraço.

 
Às 9:25 AM , Blogger Mari disse...

Eu entrei aqui para fazer um comentário individual, mas aí li o Vicente dizendo do reveillon de 4 anos atrás e me dei conta de que eu também estava em bsb nessa data.

Quem diria que apenas 4 anos depois eu estaria morando nessa cidade e saindo daqui correndo para conseguir passar as festas no Rio, lugar até bem pouco tempo tão acessível?

Bom, deixa eu parar de divagar no blog alheio e desejar logo um feliz 2007 pra vc :)
Beijos

 

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