sábado, dezembro 30, 2006

32

Volto de viagem breve e delicada,
da água de Oxum,
das pedras seculares
e também das que deslizam,
dos vãos de Cora
e de Dona Sinhá.
Da varanda da minha casa,
a quadra acontece
em tons de verde e silêncio
neste fim de um ano bom.
As plantas respiram o hálito de um recomeço.
Os bancos são de quase todas as cores.
A placa com um “E” riscado
proíbe estacionar mas é uma doce mentirinha.
Uma fileira de vagas vagas
espera motores para o descanso que a chuva vai molhar.
O tapume do lado de lá é engraçado;
não tapa nada
- revela uma cidade com medo do tempo.
Uma menina passa
com uma sacola branca na mão;
a noite está para chegar
e alguém vai ganhar um presente e um sorriso mineral.
Aqui dentro as coisas se sacodem,
o tempo me alegra,
a ponta da asa afrouxa
e uma ilha me abraça antes mesmo de eu pousar nela.

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1 Comentários:

Às 6:56 PM , Blogger Jane Malaquias disse...

E a gente não fotografou aquele enxerto de mamão macho-fêmea !

 

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