Uma boa surra kigô não dá
Sim, a vida caçoa. Não posso acreditar que tanta falta de senso do ridículo passaria assim incólume. Mais uma vez paralisias se insinuam, os dedos ficam lentos, os neurônios mordidos.
Hoje fiz uns haicais no estilo tradicional, esquema 5-7-5, sem título, sem rima e com kigô. Apresentei-os à minha amada, que disse não ter visto o achado poético. O que conta é a cena, a poesia está na coisa em si - retruquei. Sem graça, ou talvez nós sejamos farelos do oriente.
Bem, eu sempre gostei das imagens que pulam, dos símbolos travessos, da união safada entre as palavras, deste êxtase que vem da ausência de compromisso em dizer (perdoe-me, Graciliano!). Há nisso uma atitude barroca, esculachada, um quê excitante. Palavras que se lambem e se querem ardentemente. E quando elas me pegam do seu modo todo violento – xingam, cospem, batem na minha cara... Aí é que eu gosto. Aí é que eu gosto mesmo!
Bem, eu sempre gostei das imagens que pulam, dos símbolos travessos, da união safada entre as palavras, deste êxtase que vem da ausência de compromisso em dizer (perdoe-me, Graciliano!). Há nisso uma atitude barroca, esculachada, um quê excitante. Palavras que se lambem e se querem ardentemente. E quando elas me pegam do seu modo todo violento – xingam, cospem, batem na minha cara... Aí é que eu gosto. Aí é que eu gosto mesmo!
E os haicais? Ou os jogo fora ou arrumo um jeito de ganhar dinheiro com eles. Porque surra mesmo, que é o que eu ando precisando, kigô nenhum vai me dar não.
Marcadores: Cotidiano
3 Comentários:
oi.
boba ela...
beijos daqui...
Tá virando mulher de malandro. As letras te dão uma surra e depois você volta cheio de amor pra dar.
Um abraço e boa sova.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial