A palavra e o bicho grilo
Uma palavra suspira por contornos exteriores. Ela quer enamorar-se nas frases, que se transformam em bancos de praça, ao redor um belo jardim e vendedor de paçoca. Um significado se insinua, mas ela o repele. Encanta-se com o som do grilo. O bicho se apresenta em pleno entardecer. Seria mesmo um grilo? A palavra não quer compromisso com a realidade. Apenas os gemidos a partir do que dela se avizinha.
Marcadores: Camada fina de metal sobre o espelho, Enigmas
5 Comentários:
Acho que a palavra quer ser livre.
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Um abraço.
O grilo animal em uma referência ao grilo preocupação?
Abração
http://oucabem.zip.net
Sensualidade e palavra, adorei...
Voltei, já coloquei um texto no meu blog. Abraços, Clementine.
Cláudio, a palavra não dá conta das coisas. Por outro lado, não há como escapar dela. Ser recorrentemente insuficiente, no meu modo de ver, é fonte de libertação e não de preocupação. Cria margens para que lógicas sejam entortadas e convenções revistas. Mas há sim, um "uso preocupado da palavra". Acredito que isso se deva ao fato de que exprimir algo, geralmente, passa pela obrigação de significar. Entendo que significar é apenas uma possibilidade, entre outras tantas, mas a palavra também pode não estar atrelada a isso. Posso fazer uso da palavra sem comprometê-la, sem torná-la refém das expectativas que existem em torno dela.
Clementine, há quanto tempo. Passo lá sim. Bj.
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