A Invenção de um Cansaço
Ai, como cansa
O bloqueio do fluxo
Das vias de apelo
A tensão dos músculos
Crepúsculo do ardor
As rugas do desuso
A dor, a coceira.
Cansa ser britadeira
Não conseguir fingir o mais miúdo desinteresse
Não digerir gordura nem secura
Sacanear a mim mesmo
De mãos dadas
Com a distância que habita em ti.
Cansa sorrir por vício
E iniciar tormentos vazios
Estourar os miolos da chuva
Em busca de um sol e um descanso
Amor manso, menos arisco
Com cheiro de jazzmim.
Alegria posta em xeque
Vigiada, punida
Pela desconfiança e pela doçura cortada
Leque de pequenas mágoas
Traça de uma pele ingênua
Esquema para fugir da verdade.
Cabelos
Grandes cabelos
Sinuosidade e sonho
Filhos que ainda não vieram
Um gozo, outro gozo e outro gozo
E mais vários outros...
Cansa gozar
E ter que te esperar
Sempre.
Marcadores: Poemas
10 Comentários:
E ter de esperar sempre?
Espero que não, Guto.
Me deu a impressão que o texto varia entre a melancolia e a dor lúbrica. Se é que existe, realmente, dor assim.
é tudo sempre tão bonito por aqui...bjinho
Eu me senti exausta ao final da leitura...
Por que sempre tem que esperar?
Beijos
Obrigada pela visita volte sempre........ adoreis eu blog!!!!!!!!
BjOs
.
E, se não for por gozo, todo cansaço é gozado...
Adorei!
Abraços, flores, estrelas..
.
Edson, querido! Mataste o lance. Foste direitinho e diretinho no ponto.
Bem, aespera no meu caso é até bem vinda (gravidíssima). Mas sabe, "Cansa ser britadeira", isso foi genial!!!
Gozar o gozo, a ausência, a lembrança e a própria saudade.
Não tem gozo que aguente!
rsrs.
Linda a poesia.
;)
Por que os melhores títulos, as melhores histórias, poemas, dilemas
partem sempre daí?
Abç,
Sei de uma coisa que não cansa: Ler-te!
Parabéns pelo blog. É ótimo!
Posso linkar você?
Beijuca
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