A Invenção de uma Ebulição
Lamentos se enrolam e se deitam cândidos
às vésperas de um tumulto ensolarado
espalhando luz em vergão
pelo tatame do convívio, doce convívio que
veste qualquer movimento na direção
da suposta mão cordial que se abraça
com outras mãos que se apertam
e se invejam em suas linhas.
Ímpetos se afogam com pontos de interrogação
talentosamente construídos para adornar
as cinturas que não podem
perder seus rebolados na rotina bambolê
dos dias risonhos, em crise, os dias
se amparam em sementes tratadas
com novos putos ímpetos sobreviventes
e pequenas falcatruas de postura.
Celebrações de aventuras,
taças tácitas, solenes,
a perenidade assustadora na batida
de corações que se ajoelham
açambarcando notícias, desmantelos e sonhos
em montagens de resfôlegos anônimos.
Entre palmas, assobios e meneios,
surge uma paralisia em cada vão dos dentes.
E aquilo que se torce tem para onde escapar?
As graxas sujam mesmo ou é só pretexto para o jogo dos mascarados?
A miséria pode estar em linho
ou isso
é só um modo de reinventar fragilidades?
De um ponto é possível observar
uma linda moça cavalgando em seus desejos
mais secretos, mais sinceros, e também nos mais postiços,
uma moça-casa-de-amores-desajeitadamente-belos;
de um outro se expande a magreza
dessa mesma fêmea, tão esbelta
que é capaz de acoitar quem a destrata,
de morder verrugas como quem lambe doce.
Da brecha dos pontos
é possível cogitar o abandono de tudo,
o senso esquisito de não fazer da insistência
mero pano de fundo ou sombras
para um descanso carente de brisa.
às vésperas de um tumulto ensolarado
espalhando luz em vergão
pelo tatame do convívio, doce convívio que
veste qualquer movimento na direção
da suposta mão cordial que se abraça
com outras mãos que se apertam
e se invejam em suas linhas.
Ímpetos se afogam com pontos de interrogação
talentosamente construídos para adornar
as cinturas que não podem
perder seus rebolados na rotina bambolê
dos dias risonhos, em crise, os dias
se amparam em sementes tratadas
com novos putos ímpetos sobreviventes
e pequenas falcatruas de postura.
Celebrações de aventuras,
taças tácitas, solenes,
a perenidade assustadora na batida
de corações que se ajoelham
açambarcando notícias, desmantelos e sonhos
em montagens de resfôlegos anônimos.
Entre palmas, assobios e meneios,
surge uma paralisia em cada vão dos dentes.
E aquilo que se torce tem para onde escapar?
As graxas sujam mesmo ou é só pretexto para o jogo dos mascarados?
A miséria pode estar em linho
ou isso
é só um modo de reinventar fragilidades?
De um ponto é possível observar
uma linda moça cavalgando em seus desejos
mais secretos, mais sinceros, e também nos mais postiços,
uma moça-casa-de-amores-desajeitadamente-belos;
de um outro se expande a magreza
dessa mesma fêmea, tão esbelta
que é capaz de acoitar quem a destrata,
de morder verrugas como quem lambe doce.
Da brecha dos pontos
é possível cogitar o abandono de tudo,
o senso esquisito de não fazer da insistência
mero pano de fundo ou sombras
para um descanso carente de brisa.
Marcadores: Camada fina de metal sobre o espelho, Poemas
11 Comentários:
Guto, que belo texto! Quanta crítica e inquietação travestidas de metáforas... inteligentes metáforas. "morder verrugas como quem lambe doce" - meu querido, Goiàs Velho é uma cidade que merece mais visitas, aliás, como é interessante a paisagem e a cultura dessas cidadezinhas aqui em volta de Brasília e Goiás. Um abraço.
Que lindo texto, quanta ebulição ai dentro. Quanta forma poetica de se deixar tudo isso vir a tona...
Realmente maravilhoso.
Beijos
O texto vem em ondas. Que se sucedem aumentando o ímpeto até entrar em ebulição. Explodir!
Ótimo o texto.
Era para entrar em ebulição com o seu texto, não era?
Muito bom.
ps: querer é bom [comida, preguiça e, vai saber, até mesmo amar. estou preferindo a preguiça, atualmente]
Ebulição... por lá no Oncotô entrei em erupção...tá tudo indo pelos ares.. rs
Beijo
isso é pra mim? pq se não for vesti de qualquer jeito
e saio de avesso
Cerimônia do chá
Cheiro de goiaba
Absorvente vencido entre as pernas
Dente sujo de batom
Dignidade etílica
A roupa errada sempre
Experimente ler esse poema ouvindo Crazy, cantada pela Alanis. Uau.
Nossa...
Adorei o texto. Metáforas e entrelinhas que saltam aos olhos num ritmo que acelera gradativamente não só a leitura.
Sendo assim... vim mais que agradecer a visita no Mar®. Vim dar os parabéns pelo blog.
;o)
Adorei seu canto!
Voltarei mais vezes...espero que o faça também!
Beijos agradecidos pela visita ilustre!
Seja sempre muito bem vindo!
Seu texto me causa inquietação. Mas de uma coisa eu sei: as fragilidades podem ser reinventadas, com certeza.
Beijos e apareça pq tenho um post que está provocando preocupações... queria saber sua opinião.
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