sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Na Linha Tênue

Adoça o sangue que me corre incontestável promulgando mais que simples pureza
Abraça o tônus primazia realeza senti medo de te ver em outros braços
Mais que isso decidi ser submisso num tempo em que isso é para lá de perigoso
E jorrei um sorriso esperto que te fisgou por alguns dias e depois ficou disperso
Nossa trama envolvente demasia onde ondas e soluços predominam em sentido
Gasto sentido dos dias das noites das formas que me sirvo num direito que não possuo
Conclusão precipitada um calor quase denso está tendendo a pasteurizar-se
Tornar-se ralo sem culpa sem vício extermínio térmico resoluto impalpável ser que me habita
Possível troca sem receio que ficou abandonada morta nos recônditos itinerantes
Selenitas voadores parasitas no meu corpo meio sujo meio aquilo um nojo mesmo levitando
A paixão que me provoca dá uma tosse dá uma tosse que eu me expurgo me resvalo lentidão
Compressor descarrilado magoando serenando ora um ora nada infame nome que me resta
Lista toda orla exalta o que me apetece falta dita tudo o que me atesta a solidão
Tenho nesgas de felicidade remota truculenta ácida fomenta minha fome de viver é só vaidade
Veja que imensa coragem revelar-me para quem me ler montar-me depois quebrar-me novamente
Atitude alvoroçada de um hipotético castigo amizade que não voa súdito recomeço
As velas e as ruas e as pedras e as mãos e a condição divina e tudo o mais acima de Deus e do mundo
Acima de Deus ninguém acima do mundo todo mundo e acima de mim alguns
Acima de alguns muitos acima de muitos quase Deus e acima de quase Deus quase nada
Acima de quase nada tristeza, surdez, compaixão, discursos mórbidos, discursos mórbidos
Vi a face daquele que me orienta me convidou para dançar mesmo sabendo que não sei
Estava só me divertindo eu juro que não fiz nada de errado não me cobre isso agora eu não quero morrer
Será que eu amei a todos agora não dá tempo preciso correr mais que o tempo para ser salvo
Um segundo um perdão o que preciso o fim é belo o belo é flutuar promiscuidade de rememorações
O absurdo a surpresa a delícia o gozo o pavor a desconfiança o nojo a volúpia dá em mijo
Mas que líquido quente saboroso minha pele se deleita com a urina nem mesmo sei se mijo é mijo
Um chocolate ou uma calda de morango hidratante glacê pasta de carinho tudo amarelo
Meu andor um carrasco agora não por favor me deixe ir não torça não me bata não me aborreça
Idiotas de plantão de jaleco estão rindo de mim eu enlouqueci eu enlouqueci eu vi o umbral
Eu quis ser gay eu quis ser trouxa eu fiz amizade com bandido e dancei ciranda
Eu levei o meu amor comigo não eu deixei o meu amor na Terra e lá sexo é coisa que só tem na cabeça de quem morre
Decididamente não tenho mais carne vem comigo para eu te contar a história mais bela da noite
Cada cão tem um latido o vento o copo o som da luz a vida é etérea eu sou estéril tenho muito a
aprender
As descargas me fatiam percebi mais uma coisa outra coisa logo veio vou dormir um pouco
Nossa quanta esperança ironia não te deixo por nada deste mundo agonia também não
Egoísmo que chatice não sou máquina de lágrimas sei... não... pára... assim dói
Bate em outro portal dos tesouros eu morri vou te contar me deixa sair preciso sair
Fica mais um pouco doente louco daqui a pouco chega o doutor tua cama tem dendê
Minha genitália absurda bunda peito ela atrás do pano com um negro engano eu vivo
Vocês não sabem não vêem a paz voltou durmo em pé de alcance niilista como posso acreditar
Cinto de amarras dulcíssima coroa cadavérica pessoa uma recaída que me deu
O nó que está no meu cérebro acho que fiz o que pude tolice minha amiga séria contato sério
Vesgo sorrateiro vapor beirando a situação mais subliminar do século que vivi em horas
Cascos quebradiças cortinálias acintites luanosas fibradeiras abjetos de boa e de má vontade
Morro de vontade de te ver morro de vontade de te ver morro de vontade de estar contigo
Amanhã será a vez de algum destes que projetam mais do que sabem e se auto-intitulam raposas
ceramidas
And brick hall jungle fill the blanks inside of me don’t leave me high é tudo Albert Camus
Adereços de Eliot não gostei de Lee Jones e quem te disse que bom mesmo é Bergman e Munch
As velas e as ruas e as pedras e as mãos e a condição divina e tudo o mais acima de Deus e do mundo
Acima de Deus ninguém acima do mundo todo mundo e acima de mim alguns
Acima de alguns muitos acima de muitos quase Deus e acima de quase Deus quase nada
Acima de quase nada tristeza, surdez, compaixão, discursos mórbidos, discursos mórbidos.

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7 Comentários:

Às 6:30 PM , Blogger Lidiane disse...

Nossa, isso foi um jorro de nem sei o quê.
Bom ver alguém inspirado por aqui.

 
Às 6:20 AM , Anonymous Anônimo disse...

Nossa... a gente perde até o folego...


Beijo

 
Às 7:16 PM , Blogger Chris disse...

Se vc estivesse lá me reconheceria nos corredores? que dor vc ainda não experimentou? ah meu choro mudo escorre lágrimas em seus olhos? E pq te conheci agora?

 
Às 7:48 PM , Anonymous Anônimo disse...

parece que na sua cabeça está acontecendo um turbilhão de pensamentos
(e pausas, com certeza, não estão entre eles) Hehe

 
Às 8:57 PM , Anonymous Anônimo disse...

Longo, tortuoso, agoniado corredor que vc percorre. Talvez haja apenas um tantinho de luz. Um eremita a mergulhar no labirinto das entranhas estranhas ao mundo exterior. Principalmente aos homens de branco. E o demônio que espreita, onde está? Passou lá em casa muito sintético. Quero que volte um pouco mais prolixo. Pode ser?
Bjs

 
Às 2:37 PM , Anonymous Anônimo disse...

Meu amigo, muito bom seu texto. Você tem que recitá-lo no Raiuela para compartilhá-lo. Mas a leitura não tem igual mesmo.
Abraço,
André (ANEEL)

 
Às 1:45 PM , Blogger Jane Malaquias disse...

Para reinventar a respiração a cada leitura. Palavra xamânica,transe...

 

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