domingo, janeiro 14, 2007

Do Excesso e da Falta de Luminosidade

O dia começa com os mesmos traços do marasmo. Em um canto, um rosto deformado pelos antidepressivos; em outro uma vaidade míope que se recusa a usar óculos. Ao centro, um sujeito com idade um pouco avançada que insiste em fazer piadinha de tudo e divertir pessoas que ele jura não suportar.

Todos conversam. Soltam suas pelancas e risos miúdos. Mantêm a pose de bons amigos. Afinal, estão em um barco com motor chumbado e comandante flácido. À deriva, precisam fingir o tempero inexistente e transformar frustrações na acetona que fará bem às suas tintas.

Ao longe, dois rapazes observam: um é surdo e o outro não. O primeiro está salvo pela própria deficiência; o segundo parece inquieto e anota alguma coisa em um pedaço de papel. Seria uma bela fotografia, se não estivesse sobreexposta.

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3 Comentários:

Às 9:18 AM , Blogger Jana disse...

hum eu gostei do texto, mas não consigo explicar exatamente o que senti, uma coisa meio ruim... talvez fosse essa a intensão!

Sim, eu não calo a minha boca nunca! kkkkkk

Beijos

 
Às 10:01 AM , Blogger Tuka disse...

Olha, estou com cólica e simplesmente incapaz de interpretar textos enigmáticos, Guto - rs...

Mesmo assim, beijos pra você e obrigada pelos parabéns.

 
Às 4:58 PM , Blogger Jane Malaquias disse...

Você descreve bem o marasmo de um local de trabalho.

 

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