quarta-feira, outubro 10, 2007

Listerine em um discurso antigo


A política, quase sempre perversa, vive a bafejar felicidade em votos e juramentos, ainda que hoje não se caia mais nessa tão facilmente. Todos os governos do mundo, sobretudo os da América Latina, contribuíram para o nosso desalento. A demagogia dos homens do poder não conseguiu disfarçar os colapsos, as milhões de bocas famintas, a insatisfação dos povos em perceberem que o básico prometido nunca foi de fato cumprido. Morar, comer, estudar, trabalhar... Todos os governos do mundo contribuíram para a lástima de inseminar entre os pobres a idéia de que a felicidade é meramente ausência de tristeza.

Ademais, a atuação de estados fascistas e comunistas, por exemplo, foi enguiçada, não só por sua ignorância e violência, mas pela ingenuidade em acreditar ser possível apontar um caminho radical de bem-estar para toda uma nação. Por sua vez, o Welfare State só trouxe inchaço e disfunções. Antes das armas e do medo, havia modelos estatais insustentáveis, simplesmente porque não se diz aos indivíduos o que nem como buscar. Por isso, hoje os estados são uma espécie de mágoa que poucos estão dispostos a perdoar.

Estou cansado desse papo chato e vazio.

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3 Comentários:

Às 9:01 PM , Blogger Fernanda Passos disse...

E aí? Vai pra onde? terceira via ou neoliberalismo radical? Acho esse papo muito estimulante.
Prossiga no debate.

 
Às 5:54 PM , Blogger Guto Melo disse...

É Fernanda, fiquei devendo. Já levei até esporro por causa desse post. Gente falando: mas você só fez constatar o óbvio, tá retórico... todos em um tom de "você pode mais". Acho que ando preguiçoso ultimamente. Também estou envolvido com outros escritos (que não o blog) que estão exigindo um tanto de mim. Enfim, qualquer hora eu vou fazer um texto - que vai ser longuíssimo - e vou soltando aos poucos. Realmente, quem falou, falou com razão: tá faltando farinha nesse pirão. Obrigado por ter engrossado o coro. Um beijo.

 
Às 9:21 AM , Blogger Fernanda Passos disse...

De nada moço.
É que em termos de política é preciso demarcar muito o discurso, sob a pena que parecer ou muito teórico ou neutro. E não existe neutralidade em nada que envolve a ação humana, que dirá na política.
bj.

 

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