sábado, dezembro 02, 2006

A Invenção de um Batimento

Agora me despejo em gomas
Para avançar grudado a fiapos de coco
E ao banho derretido da manteiga
Como um amor-tapioca
Beijoca que sai da frigideira

Vou sambando num mundo de espantalhos
Com serelepsia ao som de tamborins
Com os pés em frangalhos pra bater
Dim dim – vento, sol, alegria
E as aves não se asssutam
As aves querem mais é o cheiro da manhã

E nos lençóis da cama, um ritmo
Um legítimo par de pernas
Um frio cortante, um gaúcho
Pó branco, pó, miséria e branco
Uma mesa cheia de ternura e graça
Cheia de quem quer que faça
Um fumo cheiroso
É na sala, o começo da disritmia

Coração que bate tum
Nervoso de desejo, ânsia, culpa
Sonho, descompasso...
Coração que atravessa
Dá laço no sangue
Mergulha na veia cava
Um fosso, um arrebento
Um mutirão de sentimentos, dóceis, inúteis
Coração lento
Coração fervura e tanto

Sério sério se não fosse espanto
Sério sério se não fosse invenção.

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